11/10/2016 0 Comentários ROTINAS.Acordo. Arranjo-me, ou ao menos faço o minimo do esforço, e assim que ponho o corpo ainda adormecido fora de casa, sinto um acordar repentino de um pesadelo da loucura social.
São os compromissos, os deveres, as obrigações, as pressões, os pensamentos barulhentos do planeamento do futuro. A necessidade que sentem na antecipação sem valorização das surpresas. As preocupações diárias da construção dos momentos com a ausência de sensações únicas e memoráveis. O vício de estar fechado numa caixa aberta impacientemente à espera do "a seguir". A loucura residente na cabeça para idiolatrar o estériotipo em vez de fazer a diferença em ser diferente. Entram no comboio que segue para o destino escolhido, inconscientes dos imprevistos que poderão afetar as suas ideias tão específicas e definidas e sempre com a pressa de correr na vida. Manipulam consciências perdidas na inconsciência esgotada por momentos sobrepostos. Fica em ruínas as experiências da descoberta onde agora se constrói um castelo alimentado de cedência. Repete-se sempre o pensamento do limite temporal, do vício do amanhã já no seu final sem ter passado pelo hoje. Até que um dia, ao acordar conseguem realmente abrir os olhos mas vêm-se deparados com o desperdício de oportunidades de sensações singulares e conjugadas que ela oferecia, parecendo, no momento, insignificantes. Rotinas. - Diana Lupi
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